IV Ciclo de Conferências: Regional Leste da Capital realiza sua Pré-Conferência; leia a cobertura do evento
“Esta atuação faz parte do compromisso da Defensoria Pública de São Paulo enquanto instituição autônoma e comprometida com os valores do acesso à Justiça e dos Direitos Humanos”
A região de Itaquera, zona leste da Capital, ganhou a atenção de todos depois do anúncio de que um novo estádio a ser construído na área receberia a abertura da Copa do Mundo em 2014. Os holofotes sobre o bairro também trouxeram à luz problemas históricos de um local que ainda convive com bastante pobreza. Essas questões foram debatidas no último sábado (21/9) durante a Pré-Conferência Regional Leste da Capital, promovida pela Defensoria Pública de SP. Cerca de 140 pessoas participaram do evento, que também reuniu outras 54 pessoas na Pré-Conferência Regional de Marília, realizada simultaneamente no interior do Estado.
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Uma das participantes foi Iraídes Alves, moradora do Itaim Paulista, bairro vizinho a Itaquera. Ela disse que jamais a região havia passado por transformações tão profundas em tão pouco tempo. “Desde que disseram que a Copa viria para cá, a região virou um canteiro de obras”, conta. Além de um estádio de futebol, avenidas e diversos empreendimento imobiliários, as obras também levaram problemas à região. “Quando chove, minha rua vira um rio. Isso acontecia em outros bairros, mas nunca no Itaim. As enchentes começaram depois que fizeram esse monte de prédios e avenidas. A água da chuva não tem para onde ir e acaba invadindo nossas casas”, disse. “Estou aqui para pedir à Defensoria que cobre da Prefeitura uma solução para o problema das enchentes”, finaliza.
Espedito de Freitas saiu da Cidade Tiradentes para levar à Pré-Conferência a situação da saúde no local. “A saúde no meu bairro é muito ruim. As mulheres grávidas não conseguem fazer o acompanhamento com obstetras e ainda ficam andando de um lado para outro quando vão dar à luz ”, disse ele. Ele também criticou os contratos de gestão com Organizações Sociais. “Isso é privatizar a saúde. Essas entidades só visam dinheiro e o retorno para a população é muito baixo”, reclama. Ele espera que a Defensoria fiscalize os contratos entre a Prefeitura e as Organizações Sociais para que essas entidades ofereçam um serviço de melhor qualidade.
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De São Miguel Paulista veio Andrea Aguiar. A demanda que levou se esconde dentro das famílias: a violência doméstica. “Infelizmente, nós mulheres somos vulneráveis e muitas são espancadas pelos maridos e até pelos filhos”, conta ela. “Quando isso infelizmente acontece, as mulheres não tem onde pedir ajuda. As delegacias da mulher estão sempre de portas fechadas”, disse. “Eu gostaria que a Defensoria interviesse para que as delegacias da mulher funcionassem 24 horas e fizessem plantões nos finais de semana”, pediu.
No próximo final de semana a Defensoria Pública promove as últimas Pré-Conferências deste Ciclo: Araçatuba, no dia 27/9, e São José dos Campos e Jundiaí, ambas no dia 28/9. As propostas aprovadas em todas as Pré-Conferências serão levadas à Conferência Estadual, que será realizada nos dias 6 e 7 de dezembro na Capital.
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