Defensoria Pública de SP promove mutirão de alteração de nomes para travestis e transexuais e lança cartilha sobre o tema

“Esta atuação faz parte do compromisso da Defensoria Pública de São Paulo enquanto instituição autônoma e comprometida com os valores do acesso à Justiça e dos Direitos Humanos”

Publicado em 9 de Dezembro de 2016 às 16:00 | Atualizado em 9 de Dezembro de 2016 às 16:00

 
A Defensoria Pública de SP promoveu na tarde desta sexta-feira (9/12) um mutirão para atendimento de casos de alteração de nomes para travestis e transexuais.
 
Durante o evento, cerca de 50 pessoas foram atendidas. Metade delas já puderam finalizar seus pedidos de retificação de nome e sexo no registro civil (nome técnico dado ao tipo de ação judicial), enquanto o restante recebeu orientação jurídica e agendamento para próxima etapa de atendimento. Para o ajuizamento das ações na Justiça, a Defensoria Pública providenciou a extração gratuita de certidões.

 

A iniciativa, realizada na Unidade de Atendimento Inicial da Capital, foi promovida pela Defensoria Pública e coordenada por seu Núcleo de Defesa da Diversidade e Igualdade Racial, em parceria com a Secretaria Municipal de Direitos Humanos da Capital, com a Coordenação Estadual de Políticas para a Diversidade Sexual e com a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo.
 
Defensores integrantes do Núcleo Especializado realizaram o atendimento a esse público durante o período.
 
No mesmo dia, também foi lançada a cartilha “Passo a passo: Ação de alteração de nome/sexo no registro civil” – com informações sobre os documentos necessários para ingressar com o pedido de retificação de nome e de sexo (nome técnico dado ao processo judicial), além de um tira dúvidas sobre todo o processo. Clique aqui para ver a cartilha.

 
 
Na ocaisão, o Defensor Público-Geral, Davi Depiné, apontou que a Defensoria é grata por poder realizar seu papel de efetivação de direitos. Ele destacou que ter reconhecida a sua identidade por meio do próprio nome é direito fundamental de qualquer pessoa. “Gostaria de parabenizar a todos e a todas que buscam ter o nome pelo qual se reconhecem como um primeiro passo para que a discriminação e a desigualdade fiquem em um passado longínquo”, disse.
 
Segundo o Defensor Público Coordenador do Núcleo de Defesa da Diversidade e Igualdade Racial, Erik Saddi Arnesen, o tema da cartilha e do mutirão é daqueles de extrema importância, pois está ligado a um dos elementos mais essenciais à personalidade de qualquer pessoa, que é o direito ao próprio nome, segundo a própria identidade de gênero. “O nome, muitas vezes, é o nosso primeiro elemento de interação social e de expressão da nossa própria identidade. Por essa razão, é inadmissível que o próprio nome cause qualquer tipo de sofrimento, constrangimento ou desconforto”, disse.
 
O Prefeito da Capital, Fernando Haddad, destacou que atividades como o mutirão promovido pela Defensoria, ajudam a cidade a se tornar mais inclusiva. “Muitas dessas pessoas foram excluídas de suas famílias, da escola e não foram absorvidas pelo mercado de trabalho. São pessoas que foram ceifadas de todos os seus direitos. Ter o nome como se reconhece é um direito básico de cidadania, que deve ser respeitado e compreendido em toda sua magnitude”, disse.
 
A Secretaria Municipal de Direitos Humanos, órgão parceiro do evento, organizou o envio prévio de documentos à Defensoria Pública para atendimento.
 
Também se manifestaram o Secretário Municipal de Direitos Humanos, Felipe de Paula, a Coordenadora do Programa Transcidadania, Simmy Larrat, e uma das beneficiárias do Programa Transcidadania Bruna Santos. O Secretário de Estado da Justiça e Defesa da Cidadania, Márcio Elias Rosa, e a Defensora Corregedora-Geral, Ana Paula Kayamori de Oliveira, também participaram do evento.